sexta-feira, 10 de setembro de 2010

São Gonçalo do Amarante


Muito venerado na sua terra natal, no Portugal, como também no norte do Brasil, São Gonçalo de Amarante nasceu em fins do século XII em Tagilde, freguesia de São Salvador, arcebispo de  Braga. Desde a mais tenra idade dava sinais inequívocos de ser um eleito do Senhor para uma vida extraordinariamente santa. Apenas batizada, a criancinha fixou o seu olhar sobre a imagem de Jesus Crucificado, mas de uma maneira, que chamou atenção de todos que presentes se achavam. Em toda a sua infância as sacras imagens de Nossa Senhora e dos Santos exerciam uma grande atração sobre ele, e freqüentemente era observado, que o pequeno Gonçalo se privava do alimento, para visitar estes objetos da sua veneração.
                                  
Os piedosos pais cuidadosamente trataram de dispensar a seu filho uma primorosa educação. O menino, revelando talento e inclinação para as letras, começou os estudos sob a direção de um piedoso sacerdote. Mais tarde, já moço, sob as vistas do Arcebispo de Braga, se entregou ao estudo da teologia, e do mesmo Prelado recebeu as ordens sacerdotais. Seu primeiro campo de ação sacerdotal veio a ser S. Paio de Riba de Vizela, paróquia que foi confiada aos seus cuidados. Humilde e zeloso, rapidamente foi conhecido como modelo de sacerdote, parco e rigoroso para consigo próprio, liberal e cheio de caridade para com os pobres e necessitados.
                                    
Muitíssimo devoto à Sagrada Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, surgiu-lhe na alma vivíssimo desejo de visitar os santos lugares da Palestina e os Santuários da cidade de Roma. Para  que os seus paroquianos durante a sua ausência não viessem a sofrer espiritualmente por falta de assistência religiosa, preparou e encaminhou ao sacerdócio um sobrinho seu, ao qual, com muitas recomendações confiou a administração da paróquia, pelo tempo que se acharia em viagem de peregrinação. O sobrinho, da sua parte, prometeu  sob juramento cumprir fielmente com os deveres de cura d’almas. Partiu o nosso Santo consolado, confiante na palavra do seu substituto. Visitou Roma e Jerusalém, demorando-se cerca de quatorze anos nesta jornada de penitência e amor a Nosso Senhor.
                                    
De volta à sua terra e à paróquia, teve o grande desgosto de encontrar na pessoa de seu sobrinho, um sacerdote esquecido dos seus deveres, homem vivendo em luxo, desprezando os pobres e necessitados, dando mau emprego às esmolas que recebia.
                                    
Como era seu dever, Gonçalo o censurou severamente; e lembrou-o das solenes promessas feitas ao assumir a administração da paróquia, havia quatorze anos atrás. O sobrinho, muito em vez de aceitar a mais que justa incriminação, longe de se humilhar, enfureceu-se contra seu santo tio: chegou a cobri-lo de insultos e levou a sua fúria a ponto de fisicamente o maltratar. O santo homem, agradecendo a Deus por tantas injúrias recebidas, sem levantar queixas ao Arcebispo, resolveu abraçar a vida solitária, de ermitão. Retirou-se para Amarante, lugar ermo, onde construiu para si um pobre oratório, não deixando, entretanto, de exercer as funções sacerdotais entre a população da redondeza.



Fonte: http://www.paginaoriente.com/santosdaigreja/jan/goncalo2801.htm                          

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